De dezembro de 2008 até agora ocuparam 17 morros do Rio. A polícia não entra e sai. Entra e fica. Para sempre. Acabou o tráfico?
Não. Acabou o controle dos territórios, o Estado retomou o controle dos espaços e, com isso, 140 mil moradores recuperaram a liberdade até mesmo de ir e vir.
Problema resolvido?
Nem de longe. Na verdade é um começo. Mas, na cidade a sensação ao menos é de que algo se move, já que o processo de dominação começou há 40 anos e de lá para cá sucessivos governos não apenas ignoraram o problema como alguns deles chegavam a negar sua existência.
O plano prevê a implantação de 40 UPPs até 2014 em cerca de 150 comunidades, alcançando 500 mil pessoas. Isso resolve o problema?
Também não. "Mas faz com que as coisas caminhem", diz o secretário.
Há indicadores de resultados, embora a atual equipe da Secretaria de Segurança não goste muito de trabalhar com estatísticas.
Há preferência pelo conceito. E, nesse caso, a filosofia é o controle do Estado como causa e o combate ao crime, à violência, como consequência.
De todo modo, os números ilustram.
De todo modo, os números ilustram.
Dois exemplos, um morro da zona sul, o Dona Marta, onde na década dos 80 o cineasta Spike Lee pagou pedágio ao tráfico para filmar Michael Jackson, e Cidade de Deus, na zona oeste, do filme do mesmo nome.
O período de comparação é o mesmo: novembro de 2008 e novembro de 2009. No Dona Marta os homicídios caíram 100%, roubo de carros, 44%, apreensão de drogas aumentou 100%. Na Cidade de Deus homicídios caíram 82%, roubo de carros, 83%, apreensão de drogas cresceu 550%.
Não há mágicas ou algo de espetacular em jogo. É mais simples: é um jeito de mostrar que é possível.
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