quarta-feira, 15 de julho de 2009

Faz tempo que tem olho gordo na Petrobrás


Por Paulo Henrique Amorim

Fonte: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=14064

Agora é que vai começar a batalha de verdade da CPI da Petrobrás.

O pré-sal é a “zona do agrião”, como dizia o João Saldanha.

O pré-sal – que a Petrobrás descobriu no Governo Lula, viu Miriam? – vai fazer do Brasil uma potência do petróleo.

Tipo Rússia, Iraque, Venezuela …

Os tucanos queriam, primeiro, que a Petrobrás ficasse inteira, sem que se criasse uma nova estatal.

Por quê?

Porque era mais fácil vender a Petrobrás inteira, do que duas Petrobrás.

O Zé Pedágio assumia a Presidência e, numa canetada, criava a Petrobrax – uma empresa inteira, única.

E vendia a Petrobrás noutra canetada.

E junto com a Petrobrax iam o pré-sal e todas as reservas estratégicas do Brasil.

Não se perdia tempo com uma nova estatal, só para cuidar do pré-sal.

E para que um “fundo trabalhista”, para acabar com a miséria ?

Nada disso, a ONG da D. Ruth resolve o problema da miséria melhor do que ninguém …

Os tucanos querem vender a Petrobrás no sistema “porteira fechada”, “turn key” – você paga e leva tudo o que está lá dentro.

Fazer o que o Zé Pedágio iria fazer – “iria”, porque nunca será Presidente: vender o Bolsa Família à WalMart, como me disse um político mineiro.

Os tucanos do Senado (como o apoio moral dos DEMOS, esses pilares da moral e da virtude na vida pública (**)) querem concluir a obra do Farol de Alexandria, que achou que tinha quebrado o monopólio da Petrobrás na exploração.

Não conseguiu: a Petrobrás ficou com a parte do leão, porque é competente …

A segunda aspiração dos tucanos é manter no pré-sal o sistema de exploração por “concessão”.

Na concessão, a União concede – dá área ao que vencer a licitação e tem uma parcela dos resultados.

É um regime de exploração em áreas de alto risco.

No pré-sal, a concessão significaria entregar um bilhete premiado a quem recebesse a concessão.

Já se sabe que lá em baixo tem óleo, e muito.

Por isso que o Governo Lula escolheu o regime de “partilha”.

E assim será, daqui em diante, em todas as áreas estratégicas.

O petróleo é da União.

E o Governo explora com um sócio.

E fica com a parte gorda do bilhete premiado.

Para combater a miséria.

Os tucanos (com o apoio sobretudo moral dos DEMOS, esses baluartes da probidade) criaram a CPI da Petrobrás.

Como tentaram impedir que Vargas criasse a Petrobrás.

Os tucanos tiveram apoio decisivo do PiG (***).

Da mesma forma, Assis Chateaubriand, O Globo, Roberto Campos, a UDN, o Estadão – todos eles militaram fervorosamente na campanha para entregar o petróleo brasileiro aos estrangeiros.

Na época, diziam: o Brasil não tem petróleo.

Deixa a Esso explorar.

Hoje, dizem.

O Brasil tem muito petróleo.

Deixa a Exxon explorar.

Essa é uma batalha antiga.

A CPI da Petrobrás é para derrubar o Presidente Lula.

Para desconstruir a Petrobrás.

Para tomar o pré-sal.


LEIA TAMBÉM: Mercadante: PSDB quis CPI quando Lula resolveu mudar regime do pré-sal


(*) Folha é aquele jornal da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.

(**) Os DEMOS preservam a castidade especialmente quando ocupam a Secretaria Geral do Senado.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

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