Clique aqui para assistir o documentário da BBC sobre como a Rede Globo se tornou PIG, de 1993, proibido desde sua estréia.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
O Minhoca News já havia alertado para a hipocrisia em rede nacional. Saiba como a Globo se tornou PIG.
Programa do Jô: a Globo, a pizza e a marmelada
Valores a serem preservados
Mas vamos ao mérito da questão — como dizem os advogados. O desmascaramento da farsesca tentativa de cassar o mandato do senador — tramada pela mídia em conluio com os Irmãos Metralhas, Manchas Negras e Superpatetas, acompanhados de supostos inocentes úteis — começa pela constatação de que os “investigadores”, em sua maioria, são os mesmos que se aproveitam da correção que permeia os comportamentos individuais na base da sociedade para se beneficiar de práticas corruptas. O que eles querem, mesmo, como raposas felpudas que são, é encontrar a chave do galinheiro.
No pico da nossa pirâmide social, a corrupção é reconhecida como modo natural de agir, é tolerada e praticada por quase todos. Atos considerados escusos entre o povo podem ser entendidos na elite como valores a serem preservados. Borrões éticos que por aqui soam inaceitáveis lá em cima podem ser compreendidos como elementos da tradição cultural daquelas parcelas da sociedade fundadas no colonialismo, que fazem da corrupção um dos fios constituintes do tecido social.
Charles Darwin leu Adam Smith
Udenista Carlos Lacerda redivivo
Daí a contramarcha histórica da direita, que existe unicamente para preservar seus privilégios, por meio de conchavos entre os agentes que sustentam o satus quo. Se não basta a violência como elemento político, modalidade em que a direita brasileira se destaca historicamente — é só observar a lista de golpes e tentativas de golpes de Estado —, há a constatação ao alcance de todos de que, em matéria de corrupção, os udenistas/dem-tucanos têm muito conhecimento de causa. O rigor moral certamente levaria o país para um severo acerto de contas entre classes sociais.
Mas nada disso conta para Jô Soares e suas “meninas”. O negócio deles é se sentirem um Carlos Lacerda redivivo — aquele histriônico jornalista udenista anti-Getúlio, anti-JK e anti-Jango. Contam com a impunidade para cometer desatinos. E apostam no poder fascista do grupo gigantesco a que pertencem para passar incólumes diante das mentiras que pregam. Trata-se de um grupo especializado em marmeladas.
Métodos abertamente gangsteristas
Até a mais desinformada telespectadora da novela das 8 está cansada de saber que a Globo é o maior grupo empresarial brasileiro do ramo de comunicações. Também não é segredo para ninguém que a Rede Globo de Televisão figura entre as quatro maiores do mundo, atrás somente das norte-americanas ABC, NBC e CBS. Tampouco chega a ser novidade que seus donos, os Marinho, são uma das famílias mais ricas do planeta. O que pouca gente conhece são os números precisos desse grupo de empresas iniciado em 1925, com a fundação do jornal O Globo no Rio de Janeiro. A falta de um balanço consolidado, a convivência de empresas abertas com outras de capital fechado, tudo isso costuma dificultar uma avaliação mais precisa do grupo.
O que se sabe é que o seu controle e participação em cerca de 100 empresas que empregam um contingente de mais de 12 mil funcionários inclui métodos abertamente gangsteristas. Uma das empresas que foi do grupo, a NEC — fabricante de centrais telefônicas, sistemas de telefonia celular, equipamentos de radiotransmissão e fibra óptica —, fundada pelo empresário Mário Garnero em associação com a NEC japonesa, por exemplo, passou às mãos da família Marinho em 1986 por meio de um episódio tenebroso.
Lógica de “segurança nacional”
Garnero alega ter sido obrigado a vender a sua parte na empresa mediante ameaças do então ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães (ACM). A operação custou um milhão de dólares. A mesma empresa foi vendida alguns anos depois por 36 milhões de dólares aos seus donos originais sem que os amigos de ACM investissem um tostão. Em troca, a emissora de ACM (TV Bahia) ganhou a programação da Globo — que havia 18 anos estava nas mãos da TV Aratu, de Salvador. Negociatas deste tipo existem desde que a poderosa rede de televisão nasceu.
Contratos da Globo com rasuras
Pelo acordo, a Globo comprou equipamentos a uma taxa de dólar um terço mais baixa do que o valor de mercado em vigor. O grupo Time-Life daria assessoria técnica à emissora. De acordo com o contrato principal, o grupo norte-americano obteria parte dos lucros líquidos da Globo — ou seja, um ato ilegal, já que não podia haver participação estrangeira nos lucros de empresas brasileiras de comunicação.
No contrato de assistência técnica constava a “obrigação” de o grupo Time-Life “colaborar” na elaboração do conteúdo da programação e noticiários — mais uma prática proibida.
Era uma violação do código brasileiro de telecomunicações da época. O acordo sequer foi apreciado pelo Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel). Apenas dois anos após a assinatura dos contratos a Globo enviou um deles — o de assistência técnica — para a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) — hoje com o nome de Banco Central (BC). Mesmo assim, os documentos não puderam ser lidos porque continham muitas rasuras. O contrato sem rasuras só seria entregue, por ordem do Contel, em julho de 1965.
“Manifesto” denuncia atos da Globo
Novamente para burlar as leis, a Globo, com o escândalo instaurado, trocou o contrato principal por um de arrendamento de um terreno onde se localizava a sede da televisão. Pelo contrato, a Globo seria locatária de um prédio vendido ao grupo Time Life. O problema é que o documento foi feito antes da venda do local aos norte-americanos. Ou seja: a Globo alugou um prédio que era seu. Em troca do uso, a televisão se comprometeu a pagar 45% do lucro líquido da empresa pelo aluguel. Somando aos 5% do lucro liquido, destinado à assessoria técnica, o grupo norte-americano detinha 50% da Globo.
A participação do grupo Time-Life como sócio majoritário num meio de comunicação com concessão pública era uma violação da legislação brasileira. Para impedir qualquer tipo de fiscalização, alguns documentos da transação desapareceram. Depois de muita insistência do Contel, a Câmara dos Deputados, contrariando os militares golpistas, decidiu instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. O assunto ganhou dimensão de escândalo público quando empresários do setor lançaram um ”Manifesto à Nação” denunciando os atos da Globo e a entrada do capital estrangeiro na imprensa brasileira.
CPI condena Globo por unanimidade
Assinaram o documento representantes de O Estado de S. Paulo, da Folha de S.Paulo, do Diário de S. Paulo, de A Gazeta, de A Gazeta Esportiva, do Diário da Noite, do Diário Popular, do Jornal da Tarde, da Última Hora, do Notícias Populares, de A Tribuna, de O Diário de Notícias Alemãs, do Sindicato dos Proprietários de Jornais e Revistas do Estado de São Paulo, da Associação das Emissoras de São Paulo e do Sindicato das Empresas de Rádio-Difusão do Estado de São Paulo — além de entidades empresariais do setor no então Estado da Guanabara e até em outros países da América do Sul.
No dia 22 de agosto de 1966, a CPI divulgou a condenação, por unanimidade, da Globo. ”Os contratos firmados entre a TV-Globo e o grupo Time-Life ferem o Artigo 160 da Constituição, porque uma empresa estrangeira não pode participar da orientação intelectual e administrativa de sociedade concessionária de canal de televisão; por isso, sugere-se ao Poder Executivo aplicar à empresa faltosa a punição legal pela infrigência daquele dispositivo constitucional”, dizia o parecer do relator, deputado Djalma Marinho, que pertencia à Arena, o partido que sustentava a ditadura militar.
Ditadura dá passe livre para a Globo
O primeiro presidente do ciclo militar, Humberto Castelo Branco, pedira que o caso fosse investigado. Mas seu sucessor, Artur da Costa e Silva, decidiu não acatar a decisão da CPI e apoiar oficialmente a Globo. Em 1969, o grupo Time-Life desistiu dos contratos. A emissora de televisão da família Marinho, no entanto, já era um poderoso meio de comunicação — posição conquistada por meio de linhas de créditos abertas pela então estatal Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel).
“Sinto-me feliz todas as noites quando assisto ao noticiário, porque na Globo o mundo está um caos, mas o Brasil está em paz”, disse certa vez o terceiro general no poder, Emílio Garrastazu Médici. Desde então, a Globo ganhou passe livre para agir à vontade — sem respeitar os limites do que se pode chamar de convivência democrática. Eis as vísceras desse gigante que tenta empurrar a sua “democracia” e a sua “ética” goela abaixo dos brasileiros por meio de gente inescrupulosa como Jô Soares e suas “meninas”.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Jornalistas e estudantes unidos podem reverter a derrubada da exigência do diploma
De todas as opiniões sobre o assunto, a do Laurindo Lalo da Agência Carta Maior é a mais coerente, é um pouco longa, mas esclarecedora.
O Supremo errou, cabe consertar
Os ministros que votaram contra a exigência do diploma, sob a alegação de cerceamento da liberdade, erraram. Seguiram um relator subserviente à grande mídia, certo de que esta retribuiria o favor, o que aliás já vem acontecendo. Mostraram em seus votos desconhecer a matéria em julgamento.
Laurindo Lalo Leal Filho
Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).
sexta-feira, 17 de julho de 2009
HIPOCRISIA EM REDE NACIONAL
Dia 15 no programa do Jô fiquei estarrecida com a falta de vergonha na cara das tais “meninas do Jô”. Um time de seguidoras da urubóloga de plantão Mirian Pig Leitão (Lúcia Hippólito, Cristiana Lobo, Ana Maria Tahan e Flávia Oliveira) que a gente até já sabe do que são capazes, mas o que mais me deixa de cara é a Lillian Witte Fibe, que era por mim considera, até aquele dia.
O ápice do besteirol foi quando foi mostrada a foto do Presidente Lula na inauguração de obras do PAC em Alagoas, cumprimentando o agora Senador pelo estado Fernando Collor.
Veja aqui o show de horrores
O mais ridículo foi o comentário da senhora Ana Maria Tahan (jornalista que chamou o Governo Lula de República da Cachaça), explicando para a platéia de universitário do Jô (o que lhe restou), que não eram nem nascidos em 89, o que o Collor tinha feito naquela suja campanha contra seu adversário, o hoje Presidente Lula. O que ela não esclareceu é que a Globo criou o mostro, deu espaço, editou os debates e mostrou no JN, num dos piores momentos da história do jornalismo no Brasil.
A nós resta nunca deixar que esse episódio seja esquecido. E olho no PIG, você vai se surpreender!!!
quarta-feira, 15 de julho de 2009
CPI Petrobrás = Serra 2010
Manifesto
Publicado no bolg Cidadania.com
Carta a José Serra
Senhor governador,
A presente tem a finalidade de apelar ao seu bom senso, que acredito que ainda resista, em alguma medida, em sua mente intoxicada por ambições políticas desmedidas, antidemocráticas e autoritárias.
A CPI da Petrobrás foi instalada, como o senhor queria. Aliás, ainda bem. Quanto antes começar – e terminar –, menos os brasileiros perderão. Afinal, devido aos seus interesses político-eleitorais, senhor Serra, a maior empresa brasileira, respeitada internacionalmente, auditada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Securities and Exchange Commission (SEC), dos Estados Unidos, perdeu, nos últimos dois meses, 5% de seu valor na Bovespa.
Mas não é só esse o prejuízo que o povo brasileiro está amargando para o senhor tentar aumentar suas chances eleitorais no ano que vem. A CPI está postergando a definição do marco regulatório da exploração do pré-sal, que, aliás, é um dos cavalos-de-batalha dos senhores privatistas tucanos, os quais, a serviço de interesses corporativos na riqueza imensa que jaz no litoral sudeste do país, esperam que o show que estão dando no Congresso dificulte que esse marco regulatório defina um modelo de exploração de tal riqueza que contemple o conjunto da sociedade em vez dos grupelhos de sempre.
Nem lhe peço que segure seus cachorros loucos na mídia, governador. Na verdade, começo a achar que eles, ao praticarem tudo o que praticam a seu mando, acabam mostrando ao país quem é o senhor, haja vista em que as pesquisas de opinião mostram que, quanto mais o senhor manda latirem acusações ao presidente Lula e à ministra Dilma Roussef, mais populares eles se tornam. Peço apenas, portanto, que o senhor reflita sobre o caso específico da Petrobrás.
Sua “estratégia”, governador, pode se converter num tiro em seu pé. Ao fim da CPI, que terminará como todas as outras nos últimos seis anos, o que restará será o prejuízo causado à maior e mais conceituada empresa brasileira. Aí, porém, tenha certeza de que os responsáveis serão apontados, em plena campanha eleitoral, como os sabotadores do país que são.
É óbvio, senhor Serra, que não estou preocupado com o fato de o senhor estar praticando tiro ao alvo no próprio pé. Por mim, pode despedaçá-lo a tiros que acharei ótimo. Contudo, o problema é que o senhor atira em seu pé e seremos nós, o povo, que pagaremos a conta de sua auto-mutilação.
Depois de o senhor mandar sua tropa de choque no Congresso praticar esse atentado contra o país, sei que não dá para retroceder. Mas será tanto melhor se o senhor segurar seus cães midiáticos e parlamentares. Melhor para o senhor, para seus partidários e para o país. Deixe, pois, que a CPI navegue em águas mornas, governador. A cada factóide, sua dívida com o país crescerá. Prefiro que não cresça. Que o senhor seja derrotado só por sua falta de propostas, pois assim o Brasil perderá bem menos.
Faz tempo que tem olho gordo na Petrobrás
Por Paulo Henrique Amorim
Fonte: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=14064
Agora é que vai começar a batalha de verdade da CPI da Petrobrás.
O pré-sal é a “zona do agrião”, como dizia o João Saldanha.
O pré-sal – que a Petrobrás descobriu no Governo Lula, viu Miriam? – vai fazer do Brasil uma potência do petróleo.
Tipo Rússia, Iraque, Venezuela …
Os tucanos queriam, primeiro, que a Petrobrás ficasse inteira, sem que se criasse uma nova estatal.
Por quê?
Porque era mais fácil vender a Petrobrás inteira, do que duas Petrobrás.
O Zé Pedágio assumia a Presidência e, numa canetada, criava a Petrobrax – uma empresa inteira, única.
E vendia a Petrobrás noutra canetada.
E junto com a Petrobrax iam o pré-sal e todas as reservas estratégicas do Brasil.
Não se perdia tempo com uma nova estatal, só para cuidar do pré-sal.
E para que um “fundo trabalhista”, para acabar com a miséria ?
Nada disso, a ONG da D. Ruth resolve o problema da miséria melhor do que ninguém …
Os tucanos querem vender a Petrobrás no sistema “porteira fechada”, “turn key” – você paga e leva tudo o que está lá dentro.
Fazer o que o Zé Pedágio iria fazer – “iria”, porque nunca será Presidente: vender o Bolsa Família à WalMart, como me disse um político mineiro.
Os tucanos do Senado (como o apoio moral dos DEMOS, esses pilares da moral e da virtude na vida pública (**)) querem concluir a obra do Farol de Alexandria, que achou que tinha quebrado o monopólio da Petrobrás na exploração.
Não conseguiu: a Petrobrás ficou com a parte do leão, porque é competente …
A segunda aspiração dos tucanos é manter no pré-sal o sistema de exploração por “concessão”.
Na concessão, a União concede – dá área ao que vencer a licitação e tem uma parcela dos resultados.
É um regime de exploração em áreas de alto risco.
No pré-sal, a concessão significaria entregar um bilhete premiado a quem recebesse a concessão.
Já se sabe que lá em baixo tem óleo, e muito.
Por isso que o Governo Lula escolheu o regime de “partilha”.
E assim será, daqui em diante, em todas as áreas estratégicas.
O petróleo é da União.
E o Governo explora com um sócio.
E fica com a parte gorda do bilhete premiado.
Para combater a miséria.
Os tucanos (com o apoio sobretudo moral dos DEMOS, esses baluartes da probidade) criaram a CPI da Petrobrás.
Como tentaram impedir que Vargas criasse a Petrobrás.
Os tucanos tiveram apoio decisivo do PiG (***).
Da mesma forma, Assis Chateaubriand, O Globo, Roberto Campos, a UDN, o Estadão – todos eles militaram fervorosamente na campanha para entregar o petróleo brasileiro aos estrangeiros.
Na época, diziam: o Brasil não tem petróleo.
Deixa a Esso explorar.
Hoje, dizem.
O Brasil tem muito petróleo.
Deixa a Exxon explorar.
Essa é uma batalha antiga.
A CPI da Petrobrás é para derrubar o Presidente Lula.
Para desconstruir a Petrobrás.
Para tomar o pré-sal.
LEIA TAMBÉM: Mercadante: PSDB quis CPI quando Lula resolveu mudar regime do pré-sal
(*) Folha é aquele jornal da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.
(**) Os DEMOS preservam a castidade especialmente quando ocupam a Secretaria Geral do Senado.
(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
terça-feira, 7 de julho de 2009
Brasil começou a ser levado a sério pelo mundo, diz 'Financial Times'
O Brasil começou a ser levado mais a sério pela comunidade internacional desde o ano passado, afirma o jornal britânicoFinancial Times, nesta terça-feira, em um suplemento especial de quatro páginas dedicado ao País.
"As ambições globais do Brasil frequentemente foram atrapalhadas no passado... Mas a estabilidade de seu sistema bancário e de seus mercados de capitais diante da crise mundial fizeram órgãos reguladores em outros países se interessarem por suas opiniões", diz uma das reportagens do caderno, lembrando que autoridades brasileiras hoje integram organismos como o Fórum de Estabilidade Financeira e a Comissão da Basiléia para Supervisão Bancária, por exemplo.
Ainda segundo o jornal, muitos aspectos da política monetária e fiscal brasileira têm mais em comum com os países desenvolvidos do que com os emergentes. "Isso sem falar na força de suas instituições e na diversidade de sua economia", completa a reportagem.
"Da maneira como as organizações multilaterais mundiais estão se modificando em um ritmo acelerado pela crise global, a posição do Brasil só deve se fortalecer", diz o diário.
O jornal menciona ainda que o episódio em que o presidente americano, Barack Obama, foi flagrado dizendo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que ele "é o cara" significou um "reconhecimento de fato" para os brasileiros.
"Trata-se de uma democracia madura, com uma economia diversificada e uma população jovem e adaptável, fazendo a festa com cada vez mais empregos estáveis e melhores salários", afirma o jornal.
"O Brasil é também uma potência em ascensão nos setores de alimentos e indústria, um futuro grande exportador de petróleo e o quarto mercado do mundo de ações e derivativos."
Mas o diário lembra que existe ainda "um velho Brasil", com "estradas e infra-estrutura dilapidadas, motoristas 'barbeiros', crimes violentos e a aceitação de que a corrupção é algo normal".
"É também um Brasil onde os velhos e maus hábitos perduram e onde os políticos ainda se contentam em empurrar os problemas fiscais com a barriga", diz a reportagem.
O Financial Times destaca, no entanto, que o fato de o Brasil estar saindo da crise mais rápido que o esperado "não significa que não tenha havido estragos, nem que ele esteja imune a novas reviravoltas mundiais".
"Duas nuvens negras ameaçam estragar o cenário ensolarado do Brasil: uma é o perigo de mais problemas trazidos pela crise global; a outra é o risco de este ou de um futuro governo, animado pelo desgosto mundial pelos livres mercados, desvie do caminho da reforma e adote um caminho de mais intervenção estatal na economia."
Mas o jornal acrescenta que o Brasil vem seguindo as mesmas políticas econômicas nos últimos 15 anos, ainda que com governos de diferentes correntes.
"É difícil conciliar uma ganância e uma corrupção tão antiquadas com o Brasil moderno que está emergindo no cenário mundial como exemplo de governo de sucesso. Mas esses dois Brasis coexistem", afirma o jornal.
O diário diz, no entanto, que a mentalidade de alguns políticos está mudando, mencionando o fato de alguns governos estaduais e municipais terem buscado ajuda de empresas de consultoria para administrar melhor suas finanças.
Isso, segundo o FT, terá um reflexo nas eleições presidenciais de 2010, em que a habilidade administrativa dos candidatos será levada em conta pelos eleitores.
"Os dois mais prováveis candidatos serão o governador de São Paulo, José Serra, e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Como nenhum deles tem muito carisma e ambos são vistos como 'espinhentos', eles esperam que os eleitores prestem mais atenção nas suas realizações do que na simpatia de seus sorrisos", conclui o jornal.